Três softwares pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) receberam o Certificado de Registro de Programa de Computador do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi), ligado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Os projetos Amadeus, Tabula e Orte (Otimizador de Rotores de Turbinas Eólicas) receberam a certificação na última terça-feira durante o workshop “Inovar para competir”, promovido pela Diretoria de Inovação da UFPE e pelo Inpi, no auditório da Diretoria de Inovação (Dine), no Campus Recife da universidade. O evento celebrou o Dia Mundial da Propriedade Intelectual.
A certificação do Inpi, segundo o órgão, garante a titularidade do software, dá maior visibilidade ao produto e aumenta a possibilidade de comercialização. “Esta é uma das formas de o conhecimento gerado na universidade chegar à sociedade”, avaliou a diretora de inovação da UFPE, professora Solange Coutinho. “A partir da patente ou do certificado, no caso de softwares, permite-se que o produto chegue ao mercado e, de fato, a inovação ocorra”, completou.
Alex Sandro Gomes, professor representante do Amadeus, explicou que o software já possuía uma licença de software público, que faz com que o programa se incorpore ao patrimônio da União. “O registro [do Inpi] é uma etapa importante para a segurança jurídica deste material”, afirmou o docente, que é responsável pelo Grupo de Pesquisa Ciências Cognitivas e Tecnologia Educacional (CCTE), que coordena o Projeto Amadeus - Agente Micromundo e Análise do Desenvolvimento no Uso de Instrumentos, criado no Centro de Informática (CIn) da UFPE.
O Amadeus é um ambiente de aprendizagem virtual, no qual professores e estudantes podem organizar materiais e coordenar a interação deles. O programa resulta de um trabalho desenvolvido ao longo de oito anos por aproximadamente 30 alunos de mestrado e doutorado. O software já é distribuído pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.
Já o Tabula é uma ferramenta de gestão de avaliação. Ele tem por objetivo auxiliar docentes, coordenadores e gestores que atuam em cursos de Educação a Distância (EAD) no processo de criação, distribuição, automação e averiguação da qualidade das questões aplicadas. O programa é resultante da dissertação de mestrado em Ciência da Computação da UFPE de autoria de José Alexandro Fonseca, sob a orientação da professora Patrícia Tedesco. O autor comemorou a certificação. “Para mim, é um crescimento acadêmico”, declarou José Alexandro, que é professor da Universidade de Pernambuco (UPE). “É um reconhecimento fantástico que eu tenho da comunidade acadêmica”, ratificou.
O software Orte, de acordo com a UFPE, visa a contribuir com o futuro desenvolvimento do projeto de rotores de turbinas eólicas otimizados para as condições de ventos típicas do nordeste brasileiro. O programa resulta da dissertação de mestrado do engenheiro mecânico Lucas Amaro de Oliveira e o trabalho foi defendido em setembro de 2014 no Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica (PPGEM) da UFPE, sob a orientação do professor Alex Maurício Araújo (Demec, PPGEM e CER) e a coorientação do professor Alexandre Carlos Araújo Costa (DEN, PPGEM e CER).
“Cabe a nós, na academia, tentar desenvolver esta tecnologia junto com os alunos e, ao mesmo tempo, fazer a capacitação tecnológica de recursos humanos nesta área, que é muito importante para o desenvolvimento do Brasil”, disse o professor Alex Maurício. Para o diretor adjunto de Inovação da UFPE, Sérgio Aguiar, iniciativas desta natureza estão sendo constantemente estimuladas na Universidade, da mesma forma que as solicitações de patentes. Ele explicou que a Diretoria de Inovação apoia este processo e ajuda a redigir o pedido de patente e a fazer uma busca de anterioridades.
“A contrapartida à sociedade é a revelação das tecnologias. E nós também precisamos estimular os pesquisadores e os estudantes a, cada vez mais, buscarem estas informações tecnológicas nos bancos de dados de patentes, muitos deles gratuitos, inclusive”, defendeu. A UFPE conta, atualmente, com 187 pedidos de patente e 15 pedidos de registros de software. Nenhuma patente foi concedida ainda, mas possivelmente este ano haverá patentes concedidas. Dos softwares, já são seis os certificados de registro, contando com o Amadeus, Tabula e Orte.
Com informações da Diretoria de Inovação da UFPE
Fonte: http://www.diariodepernambuco.com.br/app/46,2/2016/04/28/interna_tecnologia,641575/softwares-desenvolvidos-na-ufpe-recebem-certificados-do-inpi.shtml