No começo, a segunda geração da World Wide Web – ou Web 2.0 – só interessava aos usuários finais. Agora, o conceito invade o mundo corporativo com a promessa de promover uma colaboração interna capaz de mudar os rumos das empresas e até aumentar o faturamento.
Quem defende esta posição argumenta que, assim como os blogs servem para trocar impressões e interpretações de um filme, podem também servir como local de discussão dos assuntos da empresa, seja a busca de soluções a um problema pontual, uma nova estratégia ou a aquisição de produtos e serviços que terão impacto na rotina de trabalho.
Desta forma, apostam, a "inteligência coletiva" não só reuniria uma diversidade maior de idéias antes da tomada de decisão final, o que abriria brechas para inovações nunca antes testadas, como ainda faria os funcionários sentirem-se mais úteis e envolvidos.
De olho no mercado de quem já pensa na Web 2.0 e em aplicativos mais dinâmicos e colaborativos, o vice-presidente sênior da BEA Systems, Robert Ruelas, veio ao Brasil demonstrar a parceiros e clientes as ferramentas que dispõe para atender este novo conceito.
"Hoje, a discussão de arquitetura orientada a serviços (SOA) está avançada no Brasil e ela tem tudo a ver com Web 2.0, já que ambas pedem mais agilidade, uma transação bem maior de dados de forma orquestrada", avalia.
Ele acredita que as indústrias financeira e de telecomunicações serão as primeiras beneficiadas pela Web 2.0, justamente por estarem à frente no que diz respeito à maturidade de TI.
A atenção de Ruelas com o mercado brasileiro se explica: no ano anterior, a fornecedora de soluções registrou um crescimento de 2% na América Latina, dos quais o País responde por metade. "Considero a América Latina um mercado bastante particular. É um microcosmo. Aqui, pela diversidade de comportamentos do consumidor, conseguimos testar muito bem todas as estratégias globais", conta.
Porém, sua presença também dá espaço a uma outra interpretação. A de que a indústria tem novo foco e, muito em breve, toda a empresa estará comentando – e cobrando – a Web 2.0.
Empresa rápida ou morta
Na Indiana Seguros, por exemplo, a colaboração já está na pauta do superintendente de tecnologia da informação, Reinaldo D'Errico.
"Temos um grupo de pessoas ligadas à gerência de processos participando de seminários, pesquisas, enfim, tentando entender este novo cenário e de que forma ele poderá ser adotado na companhia. Para nós, a colaboração é extremamente importante. Hoje, nossos corretores e clientes são constantemente pesquisados sobre questões tecnológicas, produtos e serviços", diz ele.
A companhia também participa de grupos de discussão com outras seguradoras. "O que buscamos, agora, é uma plataforma que viabilize tudo isto e torne as trocas mais fáceis e ágeis. Particularmente, acredito que funcionários e clientes podem e devem ser parceiros nas inovações".
Ele ainda alerta: "Aqui, partimos do princípio que uma boa idéia não-implementada pode virar uma ameaça amanhã, se a concorrência colocá-la em prática. Tenho um quadro com a figura de um tigre e os seguintes dizeres: 'no mundo de hoje, existem dois tipos de empresa: as rápidas e as mortas'. Esta imagem me persegue diariamente", brinca.
Autor: Eduardo Santos
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