Comércio eletrônico, publicidade online, análise de fraudes na web, otimização de buscas. Com a internet, a área de atuação de profissionais de tecnologia se expandiu. Mas quais são estes cargos e como o mercado valoriza seu conhecimento?
Enquanto webmaster e webdesigner são profissões inerentes à web no “imaginário popular”, novas ocupações como a do SEO (do inglês Search Engine Optimizer) surgem. Além disso, empresas offline que migram para o universo online geram novas oportunidades.
Se há algum tempo os cargos eram limitados, hoje “surgiram muitos voltados às áreas comerciais e de negócios”, expõe Benedito Borghi, da consultoria Lopes & Borghi Associados.
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Apesar da expansão, há muitas névoas quando se fala em definição e nomenclatura de cargos. “Mas é apenas uma questão de tempo para o mercado online se ajustar com sua estruturação, valorização e remuneração”, explica o diretor da People Consulting, Shuji Shimada.
O futuro dos profissionais da rede, segundo Shimada, é promissor. “Hoje o caminho é sem volta. As empresas cada vez mais criam produtos dentro da web e investem em aplicações online”, afirma.
Se preparar para lidar com a internet no mesmo ritmo com que ela se desenvolve - e, principalmente, ter experiência consolidada ao mesmo tempo - é complicado.
Definitivamente, “a mão-de-obra não entra com a mesma velocidade”, opina o vice-presidente do Interactive Advertising Bureau (IAB), Raul Orfao.
Segundo o diretor, a maioria dos profissionais que atuam hoje na rede nasceram com ela. “Os desenvolvedores, principalmente, aprenderam linguagens voltadas à web desde sua iniciação. Estas pessoas já pertencem este mundo desde o início”, diz Shimada.
Orfao define de forma descontraída o perfil dos atuantes da web como “molecada sênior”.
Quem são e para onde vão
Junto ao crescimento da internet, aumentam também as oportunidades de carreira e a valorização dos que desejam atuar online?
“Percebemos é que a demanda por profissionais é muito grande, mas também que os salários de hoje não possuem tendência de crescimento”, opina Borghi.
As necessidades da web, contudo, podem acarretar em maior reconhecimento de um cargo. “Há um ano, eu disse que não valorizavam o SEO. Hoje, porém, o mercado percebe que é importante organizar o tráfego orgânico”, diz o diretor de novos negócios da WEBTraffic, Mirko Mayeroff.
No caso da área publicitária, “um perfil com grande demanda hoje é o do profissional de mídia online. Esta competência é valorizada por haver poucas pessoas especializadas”, revela Orfao.
O salário deste profissional, contudo, não difere de um mídia que atua em agências “offline”. Segundo o vice-presidente, “as agências precisam ter uma visão mais madura das práticas de salários em diferentes categorias do trabalho online.”
O consultor do Comitê de Varejo Eletrônico da Camara-e.net, Gastão Mattos, afirma que no comércio eletrônico, as especificações aumentam. “Alguns princípios importantes são a navegabilidade e administração de perfis de clientes do varejo online”, revela. Ele acrescenta que profissionais com habilidades em gestão são os mais requisitados.
Salários
Um levantamento de setembro da consultoria Lopes & Borghi Associados, que avaliou empresas de São Paulo com faturamento de até 300 milhões de reais, aponta abismos salariais: um webmaster pode ganhar de 1.600 até 6.750 reais.
A variação se dá, segundo Borghi, graças ao tempo de empresa de um funcionário. A pesquisa considerou o regime de contratação CLT (Consolidação das Leis de Trabalho).
O salário de um webdesigner, por sua vez, vai de 1.300 a 5.500 reais, enquanto um desenvolvedor para web recebe de 1.200 a 3.500 reais mensais.
O SEO, estudioso dos algoritmos de busca, se enquadra no perfil salarial de um analista de programação sênior, segundo Mayeroff.
A pesquisa salarial da Lopes & Borghi de abril deste ano dá uma base da valorização do SEO por meio do salário do programador sênior, que é de 5.722 reais, em média - podendo chegar aos 6.760 reais.
A extensão da segurança no desktop para o mundo online também dá novas crias. Segundo o diretor de Operações de Riscos da Atos Origin no Reino Unido, Marcos Sêmola, estes especialistas são os chamados analistas de fraude online e de segurança na web. No Brasil, o especialista aponta que a média salarial é de 7.500 e 6.500 reais, respectivamente.
A nebulosidade em relação a salários e nomenclatura das profissões existente quando se fala em internet, "não ocorre em função da consolidação das especializações, mas devido ao próprio mercado de tecnologia”, avalia Shimada.
Autor: Eduardo Santos

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